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O que é Open Finance? A Evolução do Open Banking

A forma de lidar com o consumidor dentro da estratégia corporativa de grandes instituições bancárias têm mudado vertiginosamente nos últimos anos.

Com o advento da revolução trazida pelas Fintechs, inovações tecnológicas e a construção de um arcabouço regulatório mais moderno, tudo isso junto cria uma conjuntura que fornece segurança jurídica e um forte estímulo a partir das iniciativas do Banco Central para a criação de um sistema financeiro mais aberto, ágil, robusto e sob medida para as necessidades de milhões de brasileiros.  

Com essas novas oportunidades, acontecerá o aumento da competição entre os integrantes do mercado, permitindo uma diminuição das taxas praticadas nos empréstimos, podendo ocorrer uma análise mais acurada do risco de crédito com o uso dos dados e utilizando sistemas analíticos de inteligência artificial.

O aumento da conveniência para a população que não mais precisará carregar dinheiro físico e a diminuição do risco de segurança associado a isso nas grandes metrópoles, visto que os dispositivos mobile tenderão a ser as novas carteiras digitais. 

No Open Banking, a democratização do acesso aos dados, estimula a digitalização do portfólio de serviços como forma de geração de valor para o cliente.

Sendo para isso, o fator diferenciador passará a ser cada vez mais o relacionamento, uma vez que todos do ecossistema tenham acesso aos mesmos dados, o que levará à um maior grau de especialização e criação de nichos de mercado.

Principais Desafios do Open Banking

  • Atender ao público desbancarizado.
  • Desafio da aquisição e gestão do consentimento de dados, com a criação de estímulos para o consentimento com base no trade-off de maior personalização e conveniência.
  • Cliente precisa ter alto grau de controle das informações, podendo inclusive haver a revogação (opt-out) do consentimento quando o cliente assim o desejar.
  • Algoritmos de inteligência de crédito que a criação do score considerando também o uso de dados não tradicionais, como hábitos de consumo recorrentes.
  • Evitar o churn de clientes e melhorar cada vez mais o relacionamento procurando a rentabilização da jornada do cliente com a Instituição.

Principais Oportunidades do Open Banking

  • Monetização da jornada do cliente. 
  • Plataformas como marketplace de serviços financeiros com o uso de API de terceiros (Fintechs).
  • Simplificação do processo, permite que o cliente obtenha uma melhor gama de serviços financeiros sob medida ao seu grau de risco com um menor custo.
  • Players tradicionais que terão potenciais problemas de retenção podem adotar uma alternativa competitiva de criar seu próprio Ecossistema.

Evolução do Open Banking: SuperApps e Ecossistemas

Veremos provavelmente a tendência na formação de SuperApps por grandes players do mercado, de forma a tentar atender todas as necessidades do cliente dentro de um único ecossistema, visando diminuir o churn.

Sendo justamente essa a estratégia da criação de um ecossistema que faz a monetização do cliente cross-aplicativos dentro de uma estratégia guarda-chuvas que faz com que ele tenha maior contato com a sua marca.

Para isso, a construção de um relacionamento especial com o cliente, que lhe ofereça serviços sob medida visando a melhor experiência de uso é essencial para garantir a retenção e a conquista de novos clientes pela indicação. Nada como ter os próprios clientes como evangelizadores dos seus produtos e serviços, pelo grau de confiança estabelecido e autenticidade da sua comunicação que faz o cliente se sentir encantado com a sua marca.

O surgimento do Open Finance

O Open Finance vem como uma evolução e uma amplitude do Open Banking, pois abrange áreas como a de seguros e de investimentos, com suas respectivas autarquias (SUSEP e a CVM) em atuação conjunta com o Banco Central.

A definição de uma estrutura de Governança similar ao do Open Banking pelas demais autarquias, garantirá a compatibilidade e comunicação entre esses diferentes ecossistemas.

A SUSEP está criando o Open Insurance totalmente alinhado ao Open Banking no Brasil e a partir da quarta fase de implementação do Open Banking com a supervisão da CVM, será possível o compartilhamento de dados sobre investimentos.

A partir de maio de 2022, esses dados poderão vir a ser acessados por API’s, e poderão ser disponibilizados e consumidos por ferramentas que venham a ser desenvolvidas por Fintechs e Insurtechs, desde que participem do ecossistema do Open Insurance com o compartilhamento de informações, pois apenas quem contribuir com dados poderá receber dados.

Open Finance: jornada dos clientes e as Fintechs

O Open Finance irá cobrir toda a jornada financeira do cliente, e para isso as Fintechs irão exercer um papel de fundamental importância, e por isso que a adoção de modelos de inovação regulatória conhecidos como “sandbox” se fazem também necessários, como pode ser visto por exemplo na Resolução CVM 29, que se aplica na jurisdição CVM quanto ao mercado de valores mobiliários, para o teste de modelos de negócios disruptivos por Fintechs.

Interessante notar que para inovações na área financeira ou de pagamento, o Banco Central criou seu próprio Sandbox Regulatório (bcb.gov.br), no qual permite o teste por tempo determinado com a observância de algumas regras quanto a delimitação das atividades.

O uso de uma Interface que agregue serviços de terceiros permitindo exibir toda a vida financeira da pessoa, desde empréstimos contratados, hipotecas, investimentos, gastos feitos em transações eletrônicas de débito e com cartão de crédito, score de crédito, garantirão um maior grau de controle da vida financeira do cliente.

A grande questão será obter a confiança do cliente quanto à segurança do ato de compartilhar os dados, o que exigirá por parte dos diversos atores nos diferentes ecossistemas interligados do Open Finance, uma ação no sentido de mostrar que todas as precauções estão sendo tomadas para evitar fraudes e quanto das vantagens e os benefícios de maior conveniência para o cliente ao poder ter acesso a melhores produtos e serviços sob medida para suas necessidades.

O Ecossistemas de API e o API Economy

Assim, o avanço da chamada “API Economy” que interliga os diferentes atores, com suas diferentes plataformas por API’s dentro do ecossistema financeiro que passa a ser todo conectado, acaba por viabilizar o onboarding facilitado, permitindo a “migração” entre diferentes players do mercado sem grandes transtornos, como a preocupação de perda do histórico de transações com a instituição de origem.

Esse esperado movimento de clientes, irá além de tornar mais dinâmico o ecossistema financeiro como um todo, aumentar em muito a importância de ações focadas e centradas no cliente, o entendimento que relações de sucesso são baseadas na confiança e o que irá promover a retenção do cliente é a qualidade do relacionamento estabelecido.

E os apps agregadores de dados poderão atuar como verdadeiros marketplaces de serviços financeiros, permitindo maior rentabilização do cliente para a Instituição de origem e, ao mesmo tempo, para o cliente promovendo um aumento do número de transações digitais no ecossistema como um todo e a inclusão bancária para os que não tinham acesso ao sistema financeiro

Artigo escrito em co-autoria por Roberta Peirão e Renato Azevedo Sant Anna.

Leia mais:

Dicas e impacto do Open Banking

Open Banking UK e Open Banking Brasil

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